Acompanho as Loterias desde 1.970 quando foi implantada a Loteria Esportiva no Brasil em sua fase de testes. Por sinal, graças ao programa “ NA ROTA DOS MILHÕES” através da Rádio Educadora de Campinas, conquistei o Prêmio Andorinha, galardão máximo da cidade, como o melhor programa de orientação da Loteria Esportiva. Depois transferí domicilio para Brasilia e com trabalhos executados direto do Auditório no 2º sub-solo do Edifício Planalto, vivenciei o nascimento de todas as loterias, a começar pela Loto que se transformou em quina.
Pois bem, esse preâmbulo foi apenas para justificar meu comentário.
A Loteria Esportiva era coqueluche no Brasil, pois até então, só existia a Loteria Federal. Quem ganhava um prêmio alto, no caso cito Eduardo Varella, Miron Vieira e outros, eram cercados de expectativa e segurança . Ganhar na Loteria Esportiva era tão importante, que havia uma certa blindagem por parte da Caixa Econômica Federal que procurava o ganhador e o conduzia para locais de segurança, pois os felizardos eram identificados através dos volantes que continham nome, endereço e outras identidades.
Naquela época, quando um determinado jogo ia a sorteio, era motivado por excesso de chuvas ou algum fato relevante que justificasse um adiamento ou cancelamento dos jogos. Os sorteios aconteciam às segundas-feiras às 9:00 horas da manhã, e quase em sua totalidade as atas dos sorteios tinham a assinatura de Jaercio Barbosa, que sempre esteve presente aos eventos.E nos mesmos, sempre estavam Roger Benac, Wander Luiz de Araujo, Juarez de Lima, a locutora Maika Greve e Outros. Um jogo era adiado em último caso, pois os times de futebol obedeciam aos critérios da Loteria Esportiva, pois recebiam pela participação nos testes. Quando um determinado jogo estava propenso a ser adiado, se cogitava até em colocar um time de juniors para evitar o sorteio, pois poderiam ficar foram dos testes seguintes. Era um período da revolução de 64 onde havia respeito ao povo que apostava nas loterias. A seleção dos jogos era estudada pela Sport Press e analisada pela Caixa com o aval da Abrace-Associação Brasileira dos Cronistas Esportivos. Normalmente, quem representava a Abrace era o Jornalista Jesús Afonso.
Mas, o que mudou em relação aos dias atuais ?
Atualmente existe uma falta de respeito muito grande em relação ao apostar que joga na Loteca e na Lotogol. Federações e Clubes adiam jogos e não querem nem saber se a Loteca existe ou deixa de existir. Se recebem participação por emprestar seus nomes, não estão nem aí se vão perder ou ganhar. Se serão castigados em deixar de participar de outros concursos, tem patrocinador que cobre o prejuízo. E assim vai.
No ano passado, a Federação Paraibana de Futebol adiou jogos principalmente do Botafogo de João Pessoa e ficou por isso mesmo. Nos concursos seguintes, lá estava o Botafogo. Nesta semana, estamos em 19/01/2017, a Federação Norte Riograndense de Futebol anuncia o adiamento do jogo 10 da Loteca entre Potiguar e Baraúnas, que ao se confirmar vai a sorteio na segunda-feira em São Paulo. Isso representa mobilização extra do pessoal de trabalho da Caixa, da Imprensa, dos Lotéricos, e o apostador prejudicado pois vai ter que começar por um triplo.
Poderíamos ser mais contundentes na análise, mas vamos dar crédito aos responsáveis pela elaboração dos jogos, pois uma mudança de postura vai fazer a Loteca ser respeitada como o foi na Loteria Esportiva. Nada de sensibilização para este ou aquele estado, e que se puna a equipe que deliberadamente prejudica o povo apostador. Afinal, o apostador é a sobrevivência das loterias no Brasil.
Jaercio Barbosa- Associado da ABCD/DF e da ABRACE-Associação Brasileira dos Cronistas Desportivos